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domingo, 2 de maio de 2010

O DIA QUE O DINHEIRO NÃO VALEU!



O DIA QUE O DINHEIRO NÃO VALEU!

              Era janeiro, do ano de mil novecentos e sessenta e sete, quando deu uma grande enchente no Estado do Rio de Janeiro. Choveu mais de uma semana quase que direto em todo o Estado e teve um município que foi o mais atingido. O nome deste município é Pirai e está localizado as margens da rodovia Presidente Dutra que liga o Rio a São Paulo. Eram mais ou menos por volta das vinte e duas horas, quando caiu uma tromba d’gua e atingiu em cheio a rodovia, então os carros foram obrigados a parar e seus ocupantes eram obrigados a abandoná-los, e saiam pelos arredores da rodovia pedindo abrigo. Ali próximo havia uma colônia, de gente muito pobre que residiam nas imediações. Então aquelas pessoas flageladas pediam abrigos nas casas da colônia. Foi então que pude observar que aquelas pessoas em condições normais nunca teriam coragem de se aproximar daqueles casebres, mas naquele fatídico dia eles imploravam por um abrigo.
Então os moradores muito cordiais abriam as suas portas e hospedavam os flagelados, o que pude observar e que aqueles doutores e magnatas tremiam de frio, os moradores davam lhes lençóis e cobertores todos cheios de sangue de pulgas, e eles se enrolavam. E se achegavam para perto do fogo e bebiam café ou outra bebida quente naquelas canequinhas de esmalte todas descascadas e com rebarba de farinha em suas bordas.
Por isto é que eu digo: O orgulho e a vaidade naquele dia acabaram.
Para aquelas pessoas aquele dia foi o dia que o dinheiro não valeu!
Vicente de Paula.  

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