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terça-feira, 22 de março de 2016

Miguel Pereira vai ter novo passeio de trem turístico a partir de outubro





Miguel Pereira vai ter novo passeio de trem turístico a partir de outubro

Locomotiva já está em exposição na cidade


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O Trem Azul que fazia a ligação entre Miguel Pereira e Conrado - Terceiro / Marcia Foletto / 19-10-1993
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NITERÓI - Bastava o apito da locomotiva soar e a canção de Lô Borges e Ronaldo Bastos surgia à mente, enquanto as primeiras montanhas da Serra de Miguel Pereira começavam a desenhar o horizonte: “Você pega o trem azul / o sol na cabeça...” A experiência — um passeio turístico que se chamava Trem Azul, tal como a canção — marcou gerações de visitantes nos anos 80 e 90, quando deixou de existir. Agora, no entanto, parte dessa aventura poderá ser revivida. A prefeitura de Miguel Pereira, em parceria com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Amigos do Trem, está reativando o trem turístico da cidade.
Por enquanto, ele não terá o mesmo percurso de quando operava regularmente, entre 1986 e o início de 1994. Na época, o Trem Azul saía da estação ferroviária do Centro de Miguel Pereira e seguia até Conrado. Agora, ele percorrerá inicialmente cerca de 4,5 quilômetros, entre o Centro da cidade e a estação de Governador Portela.
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A inauguração da nova linha está prevista para outubro e vai fazer parte das comemorações do aniversário de 60 anos da cidade, que antes era distrito de Vassouras.
Batizada de Miguelina em votação popular realizada na cidade, a locomotiva litorina, cuja concessão pertence à Amigos do Trem, já está na cidade, em exposição na estação do Centro. Isso, no entanto exigiu uma operação complicada. Como a composição estava em Minas Gerais para reformas, e os trilhos da região ainda estão sendo recuperados pela prefeitura, a litorina precisou percorrer 300 quilômetros sobre um caminhão. Foram 27 dias de viagem até ela chegar, no último dia 20, à cidade. Segundo a Oscip, o trem recebeu a visita de mais de 500 pessoas desde que chegou.
A expectativa é que, até outubro, seja concluída a reforma dos trilhos. Para isso, a prefeitura está investindo R$ 738 mil. Outros R$ 370 mil, provenientes do governo federal, estão sendo gastos na reforma das estações do Centro de Portela, além da recuperação do Museu do Trem, que fica na estação central e está fechado há cinco anos.
— Desde o primeiro dia de governo iniciei o trabalho de busca de um projeto viável de retorno do trem turístico a Miguel Pereira. Com o secretário de Turismo, percorri várias cidades e estados brasileiros buscando uma máquina. Nessa busca, o secretário identificou as dificuldades encontradas pelos municípios que, igualmente a Miguel Pereira, já tiveram um trem turístico, porém não conseguiram mantê-lo. Com isso, vimos que havia a necessidade de fechar uma parceria com a iniciativa privada. O projeto chegou ao conhecimento do presidente da Amigos do Trem, que fez contato com a Secretaria municipal de Turismo e Cultura — conta o prefeito Claudio Valente.
Ele diz que a prefeitura propôs ainda continuar a reforma dos trilhos e expandir o percurso por mais dez quilômetros, até Vera Cruz, e aí sim, passando pela famosa ponte de ferro Paulo de Frontin. Esta ampliação, no entanto, ainda não tem previsão para ser executada.
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Por enquanto, o trem passará por três estações: Centro, Portela e Javary. O preço do passeio ainda não foi estipulado. Segundo o município, a Miguelina tem capacidade para transportar 76 pessoas sentadas por passeio.
Segundo o prefeito, a gestão de toda a operação do trem turístico ficará por conta da Amigos do Trem, que detém a concessão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para explorar a atividade. Ainda segundo o município, todo o custo de manutenção, pagamento de funcionários e estrutura necessários para o funcionamento da Miguelina ficará a cargo da Oscip.
Enquanto o turismo local aguarda ansiosamente a volta do passeio turístico do trem, os moradores de Miguel Pereira acompanham a movimentação de reestruturação da operação, com expectativa de geração de empregos e de recuperação do Centro da cidade, que foi perdendo gradativamente o charme com o fechamento, primeiro da estação ferroviária, e depois do museu.