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terça-feira, 21 de maio de 2013

CORDEL A HISTÓRIA DO Dr. SEVERINO






A HISTÓRIA DO
DOUTOR SEVERINO

Literatura de cordel de Autoria de: Vicente de Paula Lampião
Com: 30 estrofes e 180 versos em sextilha. Escrito em maio de 2013.

Sextilha Estrofe de seis versos de sete sílabas, com o segundo, o quarto e o sexto rimado; verso de seis pés, colcheia, repente.



Em um local distante
Muito longe no sertão
A seca castigava
Aos caboclos da região
Plantavam e não colhiam
O fruto da plantação

Quase não chovia
Não adiantava plantar
A vida era difícil
Para todos do lugar
Mas iam tocando a vida
E não paravam de rezar

Em uma gleba morava
Um homem chamado João
Que era muito pobre
E vivia de doação
Com a mulher e dois filhos
Viviam e má situação

O tempo ia passando
E João acabrunhado
Vivendo naquela miséria
Ficou desesperado
Largou a família
E sumiu no serrado

A mulher ficou sozinha
Com os filhos somente
E em pouco tempo
A mulher ficou doente
Com pouco tempo morreu
E João apareceu novamente

Com a morte da mulher
João novamente apareceu
Não podendo criar os filhos
De um recurso se valeu
Internou os meninos
E no mundo desapareceu

Os meninos Severino e José
No orfanato foram internados
Eram meninos bons
E recebiam muitos agrados
Mas sem a presença do pai
Eles se sentiam desolados

O casal Marcelo e Célia
Foi ao orfanato visitar
Encontraram os meninos
Residentes naquele lugar
Resolveram pegar em adoção
Um menino pra criar

Gostaram muito de Severino
E pediram à adoção
Então ele falou! – Só irei
Se for junto meu irmão
A atitude do menino
Foi motivo de admiração

O casal adotou os meninos
Com amor e dedicação
Eles agora tinham um lar
Pra viver em união
Era tudo que queriam
Paz e alegria no coração

Severino o mais velho
Dizia para seu irmão
– Vamos ser dedicados
Nos estudos e na religião
Para darmos alegria
Pra quem nos estendeu a mão

– Vamos ser bons alunos
E estudarmos com dedicação
Pra agradecer nossos pais
Que nos fez a adoção
Pois este é nosso dever
De lhes dar satisfação

Assim crescia os meninos
Estudando com amor
Não levou muito tempo
E se formaram a doutor
Severino saiu Médico
E José Desembargador

Dr. Severino ganhou fama
E era querido na cidade
Pois atendia há todos muito bem 
E gostava de fazer caridade
Até quem não podia pagar
Ele atendia com veracidade

Deixando o Dr. Severino
Atendendo aos pacientes
Vamos ver o que houve
Com seu pai e seus parentes
Que nunca apareceram
E há anos estavam ausentes

João pai de Severino
Que o filho nunca foi visitar
Poderia telo procurado
Para um abraço lhe dar
Ficou velho e cansado
Não podendo mais trabalhar

Tornou-se mendigo
Vivendo de caridade
Andava de deu em deu
De cidade em cidade
Pois estava bem velho
E sentia o peso da idade

Dormia nas marquises
Encima de papelão
Às vezes se lembrava dos filhos
E dizia com seu botão
– Se eu os encontrasse
Iria lhes pedir perdão

Nessa vida errante
Vivia o pobre João
Sentindo a amargura
Da velhice e da solidão
Nem passava lhe na cabeça
Que seu filho era um cirurgião

Às vezes sonhava acordado
De um dia encontrar Severino
Pra pedir lhe perdão
Por ter abandonado o menino
Sempre naquela esperança
Ia seguindo seu destino

Dr. Severino médico famoso
Por todos era procurado
Atendia há todos muito bem
E fazia muito agrado
Quem não podia pagar
De graça era consultado

Certo dia Dr. Severino
Estava atendendo o povão
Quando olhou para o lado
Reconheceu seu pai João
Que ia se consultar
Com aquele médico de plantão

Quando chegou a sua vez
Com o doutor foi falar
– Estou muito fraco e doente
Por isto vim me consultar
Então o doutor lhe disse
– Pois não meu pai! Eu irei lhe ajudar

Pai e filho se abraçaram
E foi grande a emoção
Foi quando Severino lhe disse
– Pai eu lhe dou o meu perdão
Sei que o senhor não podia me criar
Por isto Fez a internação

– Mas o senhor ficou ausente
E nunca foi me visitar
O que mais eu queria
Era um abraço lhe dar
Um abraço não custa dinheiro
E o senhor podia ir me abraçar

Saíram dali junto
Pai e filho abraçado
A felicidade era completa
Sem importarem com o passado
João tinha vários netos
Que gostaram do velho barbado.



Fim



NÃO ABANDONE

Se você tem um filho
E não tem como criar
Não o abandone – não deve
Ao orfanato entregar

Se você não tem condição
Entregue a um parente
E você ajude no que pode
Não mantenha ausente

Deixe que o filho saiba
Que você não esquece
Aparece de vez em quando
E de vez em quando aparece

Ele precisa sentir
Que não foi menos prezado
Dê um beijo e um abraço
Diga a ele que é muito amado

domingo, 19 de maio de 2013

LAMPIÃO PARTICIPA COMO FIGURANTE NO FILME “O CASAMENTO DE GORETE” RODADO EM BARRA DO PIRAI.







 



O Cordelista Vicente de Paula “Lampião” deu mais um passo em sua carreira participando como figurante no filme, longa metragem “O Casamento de Gorete” cuja filmagem está sendo realizada no município de Barra do Pirai RJ.
O longa O Casamento de Gorete está sendo gravado no interior do Rio de Janeiro, em Barra do Piraí. Para receber o set de filmagem, o município transformou-se na cidade fictícia de Pau Torto. Com roteiro e direção de Paulo Vespúcio e produção da atriz Letícia Spiller, a comédia é protagonizada por Rodrigo Sant’anna. As filmagens vão até o dia 23 de maio e a previsão de estreia é para outubro.
A produção conta a história de Gorete (Rodrigo Sant’anna), uma popular apresentadora de rádio, que, inesperadamente, ganha a herança de seu pai ausente. No entanto, para que possa receber o dinheiro, ela precisa casar-se. O que poderia ser o sonho de qualquer mulher acaba por ser o pesadelo de Gorete, que permanece apaixonada por um amor perdido de infância. Um torneio para a escolha do futuro marido e as melhores amigas Domitila (Tadeu Mello) e Marivalda (Ataíde Arcoverde) completam o cenário de uma nar¬rativa que é simples e bem-humorada. Letícia Spiller também faz uma participação especial no papel de Rochana e seu filho, Pedro Novaes, interpreta Gorete quando criança. “É uma história que mexe com algumas muralhas da sociedade” define Paulo Vespúcio, que no ano passado esteve à frente do curta Joãozinho de Carne e Osso, também produzido por Letícia.